quinta-feira, 11 de julho de 2013

PAULO MENDES CAMPOS E A IMPORTÂNCIA DA TRADUÇÃO




O mineiro Paulo Mendes Campos, além de poeta, cronista e repórter foi um importante tradutor. Ele tinha bastante habilidade na língua inglesa e francesa, traduzindo livros de Júlio Verne, Oscar Wilde, Shakespeare etc. Ele foi responsável, no início da década de 1980, pela primeira tradução em língua portuguesa d’As crônicas de Nárnia, no Brasil, pela Editora Ediouro. Paulo Mendes Campos não fez somente uma tradução, mas usou o texto de C.S. Lewis como base para recriar de maneira talentosa o universo de Nárnia. Atualmente, os livros da série são publicados pela Editora Martins Fontes que indica o nome de Paulo Mendes Campos como tradutor, contudo o texto foi bastante revisado, modificado e atualizado. Muitos leitores e professores ainda consideram a primeira publicação de Paulo Mendes Campos como a melhor versão d’As crônicas de Nárnia no Brasil.

IVAN JAF




Ivan Jaf nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde cursou duas faculdades, Jornalismo e Filosofia, mas não conseguiu completar nenhuma. Depois de viver na Europa por três anos, voltou ao Brasil e começou a escrever. Ele se tornou escritor ao se apaixonar, em Londres, por uma máquina de escrever usada em uma feira de objetos antigos. Como escritor profissional, trabalhou com diversos gêneros, mas se especializou na literatura infanto-juvenil. Como roteirista de cinema, foi premiado em 1998, pelo Sundance Institute (organização sem fins lucrativos que apóia os artistas envolvidos no teatro e cinema) pelo roteiro do filme Maleita. Em 1997, adaptou para o teatro O outono do patriarca, do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez. Ivan Jaf realizou a adaptação do livro de Euclides da Cunha, Os Sertões para o público infantil. Também adaptou para os quadrinhos alguns romances clássicos da literatura nacional: A escrava Isaura, O guarani e O cortiço. O seu livro mais lido e comentado é O vampiro que descobriu o Brasil, onde conta 500 anos de história do Brasil a partir do olhar de um personagem vampiro. Ivan Jaf recebeu diversos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e da UBE.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A rápida substituição de edifícios - Will Eisner




 Prefácio

"Depois de muitos anos vivendo numa cidade grande, gradualmente desenvolvemos um senso de assombro. Isto porque muito do que acontece ao nosso redor é inexplicável e, ao mesmo tempo, mágico. Enquanto eu crescia em meio à turbulência da vida urbana, era preciso apenas um estado de alerta superficial para enfrentar o ritmo das mudanças e experiências que se desenrolavam. Havia pouco tempo para questionar a rápida substituição de pessoas e edifícios.
Tais coisas deviam ser aceitas como normais. À medida que fui envelhecendo e acumulando recordações, passei a me sensibilizar mais e mais com o desaparecimento de pessoas e referências urbanas. Para mim, eram especialmente perturbadoras as inexplicáveis demolições de prédios. Eu sentia como se, de alguma forma, eles tivessem alma.
Agora, estou certo de que essas estruturas marcadas por risos e manchadas por lágrimas são mais do que edifícios inertes. É impossível pensar que, ao fazerem parte da vida, não tenham absorvido as radiações provenientes da interação humana.
E eu me pergunto sobre o que resta depois que um prédio é demolido."
Will Eisner, Florida, 1987.

 Ao ler a obra do inesquecível Will Eisner, O edifício, além de sua emocionante história, refleti durante muito tempo sobre o seu prefácio. Os edifícios são testemunhas do cotidiano, são cenários e atores da História. São abrigos para ricos (confortáveis fortalezas) e para os pobres são espaços de trabalho ou lazer, abrigam doentes, escondem revolucionários, são destruídos em tempos de guerras. Automaticamente, ao ler as palavras de Eisner, trouxe a sua reflexão à cidade de Fortaleza. Se observarmos a história de nossa cidade, percebemos que há certa ânsia incontrolável pelo novo, pelo que vem de fora. E os que mais sofrem são os prédios. Claro, estou apenas colocando um ponto, pois esse fato é assunto de bastante discussão e reflexão. A cada ano, uma nobre testemunha de nossa história sucumbe pelos maquinários barulhentos, devoradores. Assim, a nossa memória se despedaça e se fragmenta. Agora, não sei qual a identidade arquitetônica desta cidade. Se eu morar dez anos fora, ao voltar, as referências que eu tinha, talvez já estejam esfaceladas,  carregadas pelo vento. Um canto onde sentava e lia um bom livro, agora pode ser uma avenida. Uma loja de ontem, hoje pode ser um estacionamento. É triste uma cidade sem memória. É triste uma cidade que não respeita a si mesma.
 

domingo, 21 de abril de 2013

2º ano- Curta "A matadeira", de Jorge Furtado - Guerra de Canudos


Cena do curta "A matadeira", no qual o ator Rogério Cardoso encarna o profeta Antonio Conselheiro
          Podemos encontrar no Youtube o curta metragem A matadeira (1994), do diretor Jorge Furtado. O curta é inspirado em um episódio narrado, na parte "A luta", por Euclides da Cunha, na obra Os sertões.

 A seguir o link do vídeo:


Imagem do temível canhão.

Ficha técnica do filme:



Direção:
Jorge Furtado
Tipo:
Documentário / Ficção
Formato:
16mm
Ano Produção:
1994
Origem:
Brasil (RS)
Cor / PB:
cor
Duração:
15 min.



Prêmios:
Prêmio Direção de Arte - Festival de Gramado 1994
Melhor Direção (Curta Gaúcho) - Festival de Gramado 1994
Melhor Fotografia (Curta Gaúcho) - Festival de Gramado 1994
Melhor Ator (Pedro Cardoso) - Rio Cine 1994
Prêmio Contribuição à Linguagem Cinematográfica - Rio Cine 1994
Elenco:
Pedro Cardoso, Déborah Finocchiaro, Antônio C. Falcão
Roteiro:
Jorge Furtado
Fotografia:
Alex Sernambi
Direção de Arte:
Fiapo Barth, Gaspar Martins
Música:
Léo Henkin
Montagem:
Giba Assis Brasil
Produção
Executiva:
Nora Goulart
Produção:
Sandro Dreyer
Produtora:
Casa de Cinema de Porto Alegre