quarta-feira, 13 de junho de 2012

Modelo de Resenha 2 (Marcos Bagno)


 
Resenha: “Ensino de português: do preconceito linguístico à pesquisa da língua”, de Marcos Bagno.

Há tempos, o ensino o de Língua portuguesa no Brasil apresenta enormes problemas e contradições. Além do ainda e alarmante fato da maioria da população brasileira não ter acesso a uma educação de qualidade, existe um grande divergência entre a  compreensão da linguagem oral e da norma culta, padrão escrito da língua. No Boletim Abralin Nº 25, existe um artigo intitulado “Ensino de português: do preconceito linguístico à pesquisa da língua” que traz algumas propostas para mudar o antigo tratamento que era dado à língua vernácula. O texto foi escrito por Marcos Bagno, renomado escritor, linguista, tradutor, Doutor em Filologia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo, professor de Linguística do Instituto de letras da Universidade de Brasília.
O texto inicia-se com uma análise de um trecho dos Parâmetros Curriculares Nacionais que trata do preconceito linguístico. O autor realiza  uma severa crítica ao preconceito linguístico, que é utilizado como uma justificativa para excluir pessoas de menor poder econômico dos direitos  e bens sociais. Marcos Bagno demonstra a sua indignação contra as classes dominantes, pois acreditam que são detentores de uma língua mais correta, culta.
O preconceito linguístico no Brasil é bastante peculiar, devido as suas duas direções: de dentro da elite para fora, contra os menos desfavorecidos, portadores de variedades não padrão; e o de dentro da elite ao redor de si mesma, devido à crença de que os brasileiros não falam corretamente o português. Essa intolerância contra a própria língua é explicada pelo autor através de um estudo do contexto histórico brasileiro.  Ora, as mudanças de regime político (da Monarquia para à República) aconteceram sem a participação popular e favoreceram somente as classes dominantes. E continuou assim em todos os momentos históricos. Essa pesada herança colonial tornou voraz a diferença entre os ricos e pobres, evidenciando seus efeitos sobre a língua que falamos.
No decorrer do artigo, o autor mostra um resultado de uma pesquisa efetuada com pessoas de nível superior nas capitais brasileiras, tornando evidente que esses indivíduos não usam efetivamente a norma-padrão que tanto pregam em todas as situações de comunicação no cotidiano.
Portanto, Marcos Bagno conclui que o ensino tradicional do português é contraditório, pois é defendida uma norma padrão que se espelha no que é falado e escrito em Portugal, enquanto a população brasileira, tanto rica e pobre, comunica-se realmente através de um português que se utiliza de formas não padrão e intuitivas.
O texto finaliza-se com uma série de sugestões para os professores de língua portuguesa. São propostas que tendem a valorizar as variedades não padrão do português brasileiro e estudá-la em sala de aula, incentivar as atividades de pesquisas e desconstruir a ideologia linguística preconceituosa e conservadora que vigora até hoje em nosso país.
O que falta no artigo é um número maior de resultados da pesquisa citada sobre o uso efetivo da língua para sedimentar mais os argumentos do autor. Apesar do caráter militante e contrário à hegemonia da norma padrão e que possa parecer a favor de uma possível coloquialização da língua, o autor não impõe nenhuma mudança radical. Marcos Bagno propõe sugestões aos linguistas, professores de língua e educadores, que embora pareçam utópicas, podem ser realizadas aos poucos e têm um formidável teor de validade. O artigo é um ótimo instrumento de reflexão que nos leva a repensar os nossos conceitos sobre a língua portuguesa no Brasil.

REFERÊNCIA  BIBLIOGRÁFICA
BAGNO, Marcos “Ensino de português: do preconceito linguístico à pesquisa da língua”In: ABRALIN: Boletim da Associação Brasileira de linguística/Associação Brasileira de linguística, n° 25. Fortaleza: Editora UFC, 2000.
________ O preconceito linguístico. São Paulo, Editora Loyola, 1999.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília, Secretaria de Educação Fundamental, 1997.

Para mais informações a respeito deste pesquisador, basta conferir o site dele:
http://marcosbagno.com.br/site/ 

Link do documentário Mestres da Literatura - Lima Barreto

Olá, este é o link do documentário

http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=1351

MESTRES DA LITERATURA - LIMA BARRETO: UM GRITO BRASILEIRO
do site TV Escola, do Ministério da Educação. Lá, é possível encontrar documentário e aulas dos mais variados assuntos. São ótimos instrumentos para enriquecer as aulas.

Modelo de Resenha 1 (Lima Barreto)




Resenha: Lima Barreto: Um grito brasileiro (documentário)

            Os documentários da série Mestres da Literatura, produzidos pela TV escola, sintetizam a vida e a obra de grandes escritores brasileiros. O filme Lima Barreto: um grito brasileiro retrata ao longo de quase meia hora, a conturbada vida do escritor carioca e sua visão artística dos paradoxos da Primeira República. O enfoque maior do documentário é a biografia de Lima Barreto, acentuando a sua condição sócio-cultural como ponto preponderante para o entendimento de sua obra literária.
            O próprio subtítulo do documentário é assaz esclarecedor: “um grito” remete ao fato de Lima Barreto ser filho de pais pobres e mulatos, revelando que o preconceito racial e social foi o seu grande empecilho perante as suas aspirações intelectuais. A expressão também revela a denúncia desses problemas na escritura do seu texto literário. Já o termo “brasileiro” alude ao fato de sua obra se caracterizar por tentar interpretar os costumes, a cultura e a vida política de um país recém-saído da monarquia e que não vislumbrava sequer uma tentativa de amenizar as graves contradições existentes.
            O aspecto desafortunado do escritor é bastante ressaltado. Incompreendido, entregue ao alcoolismo, recolhido diversas vezes ao hospício, é morto por uma sociedade que lhe deu as costas. Além da biografia, o filme aborda o percurso intelectual de Lima Barreto, a sua incursão no campo jornalístico carioca e, sobretudo, os seus principais textos ficcionais.
            A obra que apresenta uma análise mais apurada é Triste fim de Policarpo Quaresma. Esse é o livro mais célebre de Lima Barreto, porque tece uma irônica crítica ao nacionalismo exagerado do século XIX, sob a figura quixotesca de Policarpo Quaresma. Nessa obra, o escritor carioca interpreta o Brasil como um drama, mostrando-nos a personagem título como uma tentativa de ser um projeto civilizatório da República. Sobre o assunto, o documentário traz o depoimento do ator Paulo José, que interpretou Policarpo Quaresma no cinema em 1998. O ator enfatiza que a grande pergunta que o livro nos deixa é: o que fazer para o Brasil dar certo?
            O filme traz várias imagens e vídeos do começo do século XX, relacionados à obra de Lima Barreto, além de passear pelos cenários cariocas abordados pelo escritor. O filme também traz o depoimento de renomados críticos literários e historiadores como Nicolau Sevcenko,  Afonso Carlos Marques dos Santos, que refletem sobre o lugar de Lima Barreto na tradição literária brasileira e a permanência de sua obra.
            Na parte final, o pesquisador Antonio Arnani Prado nos alerta que “temos que ler Lima Barreto, pois somos um país socialmente injusto. Somos um país  onde os pobres continuam pobres e a elites continuam no lugar delas. Não é pra se aprender português que se lê Lima Barreto. Lê-se Lima Barreto para aprender a ser brasileiro.”
            O documentário é um excelente convite para conhecermos um pouco mais sobre a vida e a obra desse escritor, dono de um texto rico estética e culturalmente, mas que morreu agrilhoado pelo alcoolismo e pelo preconceito racial.

REFERÊNCIA  BIBLIOGRÁFICA
Documentário: Mestres da literatura – “Lima Barreto: um grito brasileiro”, disponível em: http://tvescola.mec.gov.br
BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Editora Ática, 1998.
 BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2001.
MIGUEL-PEREIRA, Lúcia. Prosa de ficção (1870 – 1920). Belo Horizonte, Itatiaia, 1988.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

AVALIAÇÃO ESCRITA: RESENHA



AVALIAÇÃO ESCRITA: RESENHA

Missão: o aluno deverá escrever uma resenha crítica sobre um conto infantil, respondendo as seguintes perguntas: qual o significado dessa história para você? Qual o lugar que esse texto ocupa na tradição literária? Que mensagem o texto transmite? Por que utilizá-lo na sala de aula?

Instruções
  • O aluno deverá escolher um dos contos apresentados, dos três autores selecionados.
  • A resenha deverá ter entre uma a duas páginas.
  • A resenha será desenvolvida mediante o modelo apresentado pelo professor.
  • A escrita é individual.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
  •  Domínio da norma padrão da língua escrita;
  • Formatação; 
  •  Clareza e objetividade;
  • Domínio dos mecanismos necessários para a construção de argumentação;
  • Escrita pautada nas características do gênero textual proposto;
  • Pesquisa e capacidade de desenvolver conceitos.

FORMATAÇÃO
  • Papel: A4 ofício.
  • Fonte: Times New Roman; Cor – preta; Tamanho 12.
  •  Espaçamento entre linhas: 1,5 cm.
  • Margens: esquerda e superior – 3 cm e direita e inferior 2,5 cm.
  • Alinhamento do texto: justificado.
  • Alinhamento do cabeçalho: centralizado
  •  O texto deve ser escrito somente no anverso da folha.

OPÇÕES DE CONTOS INFANTIS
Contos de Andersen
  • Ole Lukoeje
  • O rouxinol
  • O patinho feio
  • O anjo
  • A mãe
  • A menina dos fósforos

Charles Perrault
  • Gato de botas
  • O pequeno polegar
  • As fadas

Irmãos Grimm
  • A bela adormecida

Princípios ou pressupostos orientadores para um projeto de ensino/estudo de Literatura infantil



        Estes princípios encontram-se no trabalho da pesquisadora Nelly Novaes Coelho, Literatura Infantil: teoria, análise e didática:
  • Concepção da criança como um ser educável: o ser humano é aprendiz de cultura, enquanto dura o seu ciclo vital;
  •     Concepção da literatura como um fenômeno de linguagem, resultante de uma experiência existencial/social/cultural;
  •   Valorização das relações existentes entre a Literatura, História e Cultura.
  •    Compreensão da leitura como um diálogo entre o leitor e texto (material linguístico fruto da inteligência e intencionalidade de um escritor);
  • Certeza de que a escola é um espaço privilegiado, onde devem ser colocados os alicerces do processo de auto-realização vital, cultural que o ser inicia na infância e prolonga até a velhice.

        Além desses pressupostos, ela expõe questões que devem ser levadas em conta na pesquisa em Literatura:

a) O que a obra transmite? Qual o seu enredo, assunto, tramam enfabulação?

b)  Como isso é expresso em escritura literária? Quais recursos de linguagem, de estilo ou de escritura escolhidos pelo autor? Qual  a intenção que predominou nessa escolha: a estética ou a ética? (A primeira da ênfase ao fazer literário, a segunda, aos padrões de comportamento...)

c) Qual a consciência-de-mundo (ou sistema de valores) ali presente ou latente? Há ou não coerência orgânica na construção da obra? Entre estilo, recursos expressivos, problemática e consciência-de-mundo?

d) Qual a intencionalidade do autor que pode ser percebida na obra? Qual seria a sua finalidade em relação ao leitor? Divertir, instruir, educar, emocionar, conscientizar?


          O livro de Nelly Novaes Coelho nos traz um imenso painel de variadas abordagens, leituras e análises pertinentes ao rico universo da Literatura Infantil. Ao iniciarmos o nosso estudo, devemos levar em consideração essa sugestão metodológica.

          Fica, então, a dica!



OBJETIVO DA DISCIPLINA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL


 Jack, o matador de gigantes, N. C. Wyeth.

  OBJETIVOS

  • Definir a noção de Literatura infantil;

  • Reconhecer a importância das obras da literatura infantil e juvenil para a formação humana e  estética da criança;

  • Ler e apreciar os clássicos da literatura infanto-juvenil que auxiliaram e auxiliam a construção do imaginário cultural, no âmbito mundial e nacional.

DISCIPLINA LITERATURA INFANTIL E JUVENIL

 Ilustração dos Contos da Mamãe Gansa, por Gustave Doré
        
          Olá, sejam bem vindo ao espaço virtual da Disciplina de Literatura Infanto-juvenil do Curso de Aperfeiçoamento Pedagógico, ofertada pela FACULDADE INTEGRADA DO BRASIL.

        Nas próximas postagens, colocarei alguns pontos que nortearam a nossa disciplina. Podem entrar em contato, postando dúvidas e questionamentos.

        Espero que gostem da navegação!

        Professor Charles Ribeiro. 

E-mail para contato: zefiro_cr@hotmail.com