sábado, 26 de janeiro de 2013

OS GIGANTES MOAIS – OS HABITANTES DO UMBIGO DO MUNDO



                     Os gigantes de pedra, conhecidos como moais, são os moradores mais célebres e misteriosos do lugar mais distante do planeta, a Ilha de Páscoa (no meio do oceano pacífico, a 4.100 km do Taiti e a 3.700 km da costa do Chile). São mais de mil estátuas espalhadas pela praia da ilha.
            Elas foram construídas há mais de mil anos pelos primeiros habitantes da ilha, navegadores de origem polinésia. Esses  colonos polinésios instalaram-se na ilha denominando-a de Rapa Nui (ilha grande) ou Te Pito o Te Henua (“o umbigo do mundo”). O nome moderno da ilha foi dado pelo navegador holandês Jacob Roggeveen, por tê-la descoberto,  em um Domingo de Páscoa, em 5 de abril de 1722.
            A pergunta é: como essas magníficas estátuas foram construídas, visto que, aparentemente, seus construtores não possuíam um sofisticado sistema de engenharia e arquitetura para esculpi-las e deslocá-las com extremo cuidado? Os moais foram esculpidas a partir de pedras vulcânicas e representam, de maneira estilizada, um torso humano masculino de orelhas grandes e sem pernas. As suas dimensões são variáveis medindo entre 4,5 a 6 metros de altura e podendo pesar de 1 a 27 toneladas.
            São centenas de homens gigantescos que lançam o olhar impassível para a superfície da Ilha de Páscoa, observando os horizontes. Eles são uma forma de homenagear os líderes mortos e isso explica a razão de quase todos estão de costas para o mar, vigiando a ilha, onde ficavam as aldeias. Os nativos contam que essa formação é uma maneira dos moais protegerem Rapa Nui. Segundo o povo rapa nui, cada tribo possuía seus moais e acreditavam que de seus olhos emanavam energia para o seu povo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Link para artigo de Leyla Perrone-Moisés

Link para o artigo, publicado no site da folha de São Paulo, pela professora e pesquisadora Leyla Perrone-Moisés, intitulado "Longo adeus à Literatura"

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/941210-o-longo-adeus-a-literatura.shtml

Link do artigo Quanto vale uma pesquisa literária ou como não ser um costureiro de citações.


Link para baixar o artigo "Quanto vale uma pesquisa literária ou como não ser um costureiro de citações"

Quanto vale uma pesquisa literária ou como não ser um costureiro de citações.



  A graduação é um lugar propício para a geração de conhecimento, observando-se que, neste nível de estudo, as pesquisas realizadas têm um caráter formativo. No entanto, nosso curso é de licenciatura, muitos alunos nunca pensaram em participar de algum grupo de pesquisa. É claro, este curso visa à formação de professores, mas o professor que não for, também, um pesquisador estará a meio caminho de penetrar em um ostracismo intelectual.
                    Em Outubro de 2006, os componentes do grupo de pesquisa “Espaço de leituras: cânones e bibliotecas” (posteriormente, o projeto do grupo foi modificado e  rebatizado como “Bibliotecas pessoais: escritores, historiadores e críticos literários”), durante uma semana, entrevistaram alunos de semestres variados do Curso de Letras, da Universidade Federal do Ceará. A pergunta proposta foi a seguinte: Quais são as principais dúvidas e problemas enfrentados ao tentar iniciar e desenvolver uma pesquisa literária?
            Foram ouvidos muitos depoimentos interessantes, mas a queixa recorrente, a principal barreira que gera um grandioso receio aos estudantes é o despreparo em relação à metodologia de pesquisa. Passado alguns anos, observamos que esse problema ainda é recorrente entre os alunos de Letras.      

O curso de letras contempla o estudo das línguas estrangeiras, lingüística e literatura e, lamentavelmente, não possui una disciplina de metodologia científica. No caso da Literatura, não existindo disciplinas sobre investigação literária, os alunos aprendem uma pequena noção de metodologia na marra, quando são incumbidos pelos professores a realizar trabalhos escritos e seminários. Desde cedo, o aluno deverá ter em mente, que cada professor possui uma metodologia de trabalho com o texto literário. Alguns professores deixam nítida a metodologia específica para os alunos trabalharem em seus trabalhos. Outros professores só mostram o tema da pesquisa e não apresentam nenhuma indicação metodológica.
            Vivemos numa época em que a ciência alcançou um status privilegiado. Pessoas desavisadas ao pensar em produção acadêmica, ambicionam imediatamente um retorno material do conhecimento trabalhado durante a pesquisa. Esta questão é citada, pois ainda existem estudantes que vinculam a literatura à metodologia das ciências exatas. A maneira de trabalhar do pesquisador literário não é compatível  com essa metodologia, porque a literatura possui suas próprias especificidades metodológicas.
            Baseado nas dúvidas dos estudantes apresentaremos algumas características da metodologia empregada pelas Ciências exatas e pela Literatura.

domingo, 6 de janeiro de 2013

OFICINA INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DE PESQUISA EM LITERATURA E GÊNEROS ACADÊMICOS.

 
Ministrante: Profº. Ms. Charles Ribeiro 

Onde: Sala 06 do Curso de Letras (UFC).
Quando: de 09 a 11 de Janeiro/ 8:00 às 10:00.
RESUMO



Há diferenças significativas entre realizar uma pesquisa em Literatura e em Ciências exatas. A diferença essencial está no objeto de estudo e o modo como tratá-lo. Os objetos de estudo do pesquisador em Literatura são os textos literários: romances, contos, poemas, peças de teatro,  ou mais especificamente, um personagem de uma novela, o espaço de uma narrativa, o modo como o poeta trabalha o tempo, um procedimento formal. Contudo, para o aluno  do curso de letras essa conscientização do fazer literário e de sua investigação não é processo simples. Verificamos que ainda há muitas dúvidas para os jovens pesquisadores como: o que pesquisar? Quanto tempo durará a pesquisa? Qual a relevância de um trabalho crítico? Qual a diferença entre o artigo acadêmico e o ensaio? Esta oficina tem o intuito de discutir a natureza, a estrutura e a metodologia de uma pesquisa na área de Literatura, além de apresentar os gêneros acadêmicos referentes às etapas e aos níveis específicos de uma pesquisa. O trabalho divide-se em três etapas: exposição e conceito de pesquisa e de metodologia científica. Depois, apresentaremos as diferenças entre a metodologia científica (embasada pela ciência e pelos princípios racionais) e as metodologias das Ciências Humanas, enfatizando as especificidades da investigação literária. Após esta contextualização, apresentaremos os pormenores da estruturação de uma pesquisa e seus principais gêneros acadêmicos, além de enfatizarmos as normas  referentes à ABNT. Para a fundamentação teórica e discussão dos conteúdos desta oficina, utilizamos a obra Como se faz uma tese, do crítico italiano Umberto Eco; o livro organizado pelo professor Hélder Pinheiro, Pesquisa em Literatura; de Marilena Chauí, Convite à Filosofia; de Eduardo Portella, Fundamento da investigação literária; de João Álvaro Ruiz, Metodologia Científica e o ensaio de Alfredo Bosi “Interpretação da obra literária”, do livro Céu. Inferno: Ensaios de Crítica Literária e Ideológica.



IX Semana de Letras da UFC: Letras e Perspectivas: Ensino, Pesquisa e Extensão

 

Jorge Luís Borges e a Arte Poética


ARTE POÉTICA

                    Tradução de Rolando Roque da Silva


Mirar o rio, que é de tempo e água,
E recordar que o tempo é outro rio,
Saber que nos perdemos como o rio
E que passam os rostos como a água.

E sentir que a vigília é outro sonho
Que sonha não sonhar, sentir que a morte,
Que a nossa carne teme, é essa morte
De cada noite, que se chama sonho.

E ver no dia ou ver no ano um símbolo
Desses dias do homem, de seus anos,
E converter o ultraje desses anos
Em uma música, um rumor e um símbolo.

E ver na morte o sonho, e ver no ocaso
Um triste ouro, e assim é a poesia,
Que é imortal e pobre. A poesia
Retorna como a aurora e o ocaso.

Às vezes, pelas tardes, uma face
Nos observa do fundo de um espelho;
A arte deve ser como esse espelho
Que nos revela nossa própria face.

Contam que Ulisses, farto de prodígios,
Chorou de amor ao avistar sua Ítaca
Humilde e verde. A arte é essa Ítaca
De um eterno verdor, não de prodígios.

Também é como o rio interminável
Que passa e fica e que é cristal de um mesmo
Heráclito inconstante que é o mesmo
E é outro, como o rio interminável.

 

ARTE POÉTICA


Mirar el río hecho de tiempo y agua
y recordar que el tiempo es otro río,
saber que nos perdemos como el río
y que los rostros pasan como el agua.

Sentir que la vigilia es otro sueño
que sueña no soñar y que la muerte
que teme nuestra carne es esa muerte
de cada noche, que se llama sueño.

Ver en el día o en el año un símbolo
de los días del hombre y de sus años,
convertir el ultraje de los años
en una música, un rumor y un símbolo,

ver en la muerte el sueño, en el ocaso
un triste oro, tal es la poesía
que es inmortal y pobre. La poesía
vuelve como la aurora y el ocaso.

A veces en las tardes una cara
nos mira desde el fondo de un espejo;
el arte debe ser como ese espejo
que nos revela nuestra propia cara.

Cuentan que Ulises, harto de prodigios,
lloró de amor al divisar su Itaca
verde y humilde. El arte es esa Itaca
de verde eternidad, no de prodigios.

También es como el río interminable
que pasa y queda y es cristal de un mismo
Heráclito inconstante, que es el mismo
y es otro, como el río interminable.

               De El Hacedor (1960)