quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Breve comentário sobre o gênero Fábula

Busto de Esopo. Museu Pushkin.


          Fábula (palavra derivada do latim “fari”falar e do grego “phao”dizer) forma narrativa breve que, tal como o apólogo e a parábola, tem o próposito de ensinar virtudes  aos homens. Suas personagens são animais falantes que se comportam como humanos. Nela, as situações narradas denunciam sempre os erros de comportamento que resultam na exploração do homem pelo homem.
          No universo cultural ocidental, considera-se como primeiro fabulista de prestígio o escravo grego Esopo (século VI a. C.). Outro autor de fábulas de destaque é o romano Fedro, que atuou no século I a.C.
          As fábulas de Esopo primavam pela astúcia, enquanto as de Fedro eram amargas e pessimistas, refletindo alegoricamente o contexto histórico em que viveu.


 Ilustração de Jean de La fontaine

              Já no século XVII, o escritor francês Jean de La Fontaine foi responsável por popularizar o gênero em toda Europa.



          Ele publica, no ano de 1668, a obra  Fábulas Escolhidas. O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em seis partes. La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís 14. Na verdade, La Fontaine não elaborou novas fábulas, o que fez, com bastante maestria, foi recontar as fábulas da tradição greco-latina, revisitando Esopo e Fedro. As fábulas foram moldadas num estilo clássico, transformadas em instrumentos satíricos. O autor fancês critica o caráter e os costumes da época, utilizando os animais para retratar os vícios e as maldades dos homens. Os animais se constituíram, ao longo do tempo, em símbolos seculares. Por  exemplo, o leão apesar de representar nobreza, também simboliza a tirania e o despotismo, a rapoza simboliza a esperteza, a formiga o trabalho, etc.



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